Guinness: comercial Basquete sobre Rodas.
O comercial está lindo, não é por acaso que se tornou viral nas redes sociais. Mas…
Primeiro considero importante a reflexão feita por Edson Chaccur AQUI.
“A empresa detentora da marca Guiness é uma gigante no mercado de bebidas alcoólicas, chamada Diageo. Para quem não sabe, cerca de 80% dos casos de lesões em medula (paraplégicos e tetraplégicos) é causado por trauma por acidente, arma de fogo ou queda, segundo dados da AACD. Não é necessário fazer uma relação entre esses tipos de acidentes e o uso de álcool, pois é de conhecimento geral.”
E tão importante quanto, é urgente refletir sobre o “cinismo descarado” posto por Vivian Vigar no texto “Boa-fé negociada“.
“Hoje não mais compramos, vendemos e damos parte para uma “boa causa” como, por exemplo, para a Ecologia. No ato de consumir está cada vez mais implícito o ato caridoso, ou anticonsumista. Quando entramos em uma grande loja de café, por exemplo, podemos nos deparar com selos e cartazes que garantem que o café ali vendido é produto de uma negociação justa – o fair trade – que resulta no investimento e crescimento sustentável das comunidades que plantam os grãos. “Você não compra apenas um café, você compra o próprio ato do consumo […] Você compra a própria redenção por ser um consumidor”, diz Žižek, que chama isso de Capitalismo Cultural – empregando e adaptando o termo Capital Cultural, cunhado por Pierre Bourdieu: paga-se pelo produto e mais a política de “boa ética” proposta pela empresa. “
Quero dizer com isso que o comercial me lembra o Mc Dia Feliz, isto é, evento promovido por uma empresa que explora seus funcionários, explora os animais e o meio ambiente como um todo, produz alimentação altamente prejudicial ao corpo e que em um único dia do ano promove uma pseudo luta contra o câncer. Que ao fim e ao cabo a própria empresa produz.
Como diria Alanis, isn’t it ironic?